A crise financeira europeia gerou uma crise económica e social que, ao contrário do que defende a corrente neoliberal, deve reforçar a necessidade dos serviços públicos de saúde, educação e segurança social, numa base de universalidade e não na base de assistencialismo para os mais pobres. A solidariedade estabelece-se através dos impostos sobre os rendimentos e não através da esmola. O direito ao serviço de saúde não é uma “regalia” como é dito por comentadores que dominam o espaço dos media. Não é uma dádiva dos que têm poder. É uma forma de combater as desigualdades, através de um mecanismo de redistribuição a partir de uma fiscalidade progressiva.O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi uma das maiores conquistas em Portugal depois do 25 de Abril. Os resultados em termos de saúde pública estão aí para o provar. Este serviço está hoje em perigo. O conjunto de artigos que compõem este livro procuram enunciar as conquistas do SNS, debater as ameaças ao seu funcionamento, apontar críticas mas também soluções.