'A sabedoria do deserto' era um dos livros favoritos de Thomas Merton, dentre os vários que ele escreveu ­ certamente porque pretendia passar os últimos anos de sua vida como eremita. O tom pessoal das traduções, a mistura de reverência e humor, tão característica dele, mostram a profundidade com que Merton identificava-se com os lendários autores desses ditos e parábolas, os padres cristãos do século IV que buscavam a solidão e a contemplação nos desertos do Oriente Próximo. Os eremitas de Cétia, que viraram as costas a uma sociedade corrupta notavelmente semelhante à nossa, têm muito em comum com os mestres zen da China e do Japão, e o padre Merton fez sua seleção visando o tipo de impacto produzido pelo mondo Zen.