Em O vento e o moinho, que reúne trinta anos da crítica de Rodrigo Naves, o autor analisa a obra de artistas como Amilcar de Castro, Tunga, Nuno Ramos e Jackson Pollock, entre outros.Parte de uma geração que ajudou a abrir espaço para a arte contemporânea no Brasil, Rodrigo Naves, ao lado de Ronaldo Brito, Alberto Tassinari e tantos outros, encontrou em seu caminho um dilema que, de certo modo, aparece em muitos dos textos dessa coletânea: como discutir as artes plásticas num país sem muita tradição nessa área, sem instituições fortes, e com pouco público? Se, ao cabo de três décadas, o panorama ainda tem algo de desolador, há de se admitir que o debate andou e que, dentro de todas as suas limitações, o cenário já não é o mesmo. Por que então a arte contemporânea brasileira nunca atingiu o grau de inovação de modernos como Amilcar de Castro, Volpi, Mira Schendel ou Hélio Oiticica? E mesmo entre os nossos modernos, por que a novidade formal foi mais tímida que a de seus contemporâneos internacionais?