Ao chegar no bairro central, Aline desceu do ônibus e começou a caminhar pelas ruas. Embora seu intuito tenha sido o entretenimento, não pôde deixar de absorver-se com os problemas que enfrentava. Queria trabalhar em algum outro lugar; sair mais de casa; não aguentava mais os gritos e as afrontas do pai. Ele, que até na padaria a havia difamado, dizendo que não se preocupassem se algum dia ela esquecesse as compras ou o troco, pois sofria de alienação mental. Ainda que isso fosse de fato uma verdade deveria ser motivo de compreensão e paciência de sua parte e não de insulto e desprezo como experimentava dele e, até mesmo, das pessoas que, influenciadas por ele, também a julgavam e a tratavam assim.