Muito importante neste texto é, de forma elegante, descartar o mito da neutralidade do direito que ainda passa por nossas faculdades, introduzindo o conceito de relação entre ciência e poder, algo que já vinha sendo tratado há algum tempo pela Teoria do Conhecimento. Esse mito, não somente divulga afirmações falsas, como também desborda para a positividade jurídica. A complexidade do fenômeno jurídico força-nos a lançar mão da multidiciplinariedade para compreendê-lo. Só o texto não oferece elementos que possibilitem captar sua totalidade. Ele orienta as condutas, impõe comportamentos exercendo sua natureza política, isto é, uma forma de exercício de poder. Daí, para visualizarmos o direito, impõe-se uma contextualização de suas operações. Isso nos envia ao diálogo no campo das ciências humanas e das ciências naturais, resvalando nas tecnologias, nas relações com as máquinas e nas constantes modificações da ética, em suas contradições econômicas e sociais.