Uma obra que resgata um acontecimento singular da história do mais popular clube paulista e sua relação inebriante com a Fiel torcida é uma leitura obrigatória para os corinthianos de coração e amantes do futebol em geral. Mas, indicar "A invasão Corinthiana" apenas para esse público seria um verdadeiro desperdício. O estilo adotado pelos autores, os jornalistas Igor Ojeda e Tatiana Merlino, torna este livro-reportagem uma recomendação de leitura para todos que apreciam a boa literatura. A obra remonta a um episódio único do futebol brasileiro e mundial: há exatos 35 anos, em 5 de dezembro de 1976, cerca de 70 mil corinthianos invadiram o Rio de Janeiro para apoiar seu time na partida única da semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano contra o favoritíssimo Fluminense de Roberto Rivellino, equipe conhecida na época como "Máquina Tricolor". Das 147 mil pessoas presentes no Maracanã, estima-se que metade eram torcedores alvinegros, que se deslocaram de ônibus, trem, carro, avião, barco, bicicleta e até mesmo a pé para apoiar um Corinthians que amargava duas décadas de fila, mas cuja legião de seguidores não parava de crescer. O rigor jornalístico baseado em uma profunda pesquisa e nas 30 entrevistas realizadas pelos autores faz deste livro um documento de memória e um registro histórico de como o futebol está entranhado na sociedade brasileira. As experiências de jogadores, jornalistas e torcedores que participaram daquele momento ajuda a costurar o feito histórico da torcida corinthiana com o contexto social e cultural vivido na época. Nas palavras de Juca Kfouri, que assina a quarta capa do livro, "A Invasão Corinthiana" é uma história única e muito bem contada: "Contada por quem a viveu simplesmente como torcedor, como jornalista ou por meio do que a imprensa, à época, dezembro de 1976, publicou. E da perplexidade de jogadores experientes ao experimentarem algo que ninguém mais havia visto ou voltou a ver.