Os artigos de Daniel Link, professor da Universidade de Buenos Aires e escritor, eunidos em forma de livro funcionam enquanto um conjunto coerente de intervenções em torno do que se poderia chamar Os limites da literatura, nas quais o literário se confunde com outra coisa ou desaparece. Para Beatriz Sarlo, os escritos de Link mostram a originalidade de um olhar e de um tom. Moderno, pós-moderno, vanguardista, nos meios de comunicação e na universidade, seus ensaios são, antes de mais nada, a prova de que a crítica literária deve tomar caminhos laterais para chegar ao centro de Foucault, ao centro de Borges e ali assinalar aquilo que ainda não se vira. Seu trabalho sobre os gêneros recusa os regimentos de uma teoria canônica, porque tem a força de uma irregularidade inassimilável. A literatura e os estudos culturais não são, para Link, páginas de um atlas acadêmico, mas espaços onde se testa o conflito dos sentidos na sociedade contemporânea. Link escuta o presente restituindo-lhe à crítica um de seus (poucos) sentidos possíveis.