De modo original, Ivo dos Santos Canabarro nos conduz através da história do processo de Grande Imigração e de colonização no sul do Brasil, na virada do século XIX para o XX. A história dos fotógrafos e suas imagens permite ir ao encontro de novas dimensões de uma história do Noroeste do Rio Grande do Sul contada antes de outros modos. Há assim uma contribuição importante para a historiografia regional a partir da análise de duas coleções fotográficas do valioso acervo do Museu Antropológico Diretor Pestana, da cidade gaúcha de Ijuí. A exploração das duas coleções permitiram ao autor tratar a diversidade da prática fotográfica, dividida entre a prática amadora e a profissional, entre o significado artístico e o significado utilitário da fotografia. A história da vida em colônia é acompanhada pela história da afirmação de práticas de olhar e modos de ver, projetando visualmente o mundo social que se instituía. De modo geral, o que se acompanha é como dois fotógrafos europeus ao se envolverem no mundo da colonização contribuíram para estender o Ocidente até paragens tão distantes, instalando a fotografia em terras do interior do sul do Brasil. Ao final, são imagens do extremo Ocidente que se revelam ao leitor.