Tinha gente que achava que ele era emburrado. Tinha gente que achava que ele era envergonhado. Não. O menino era apenas monossilábico: respondia a tudo com um "sim", "não" ou "é". Nunca falava mais que uma palavra, e essa palavra nunca tinha mais que uma sílaba. Ninguém entendia por que ele era assim, mas o nascimento de sua irmã tagarela revelou o segredo: o menino falava pouco porque não tinha com quem conversar.