Expondo as contradições do corpo de forma solene e intensa, Corpo integra as publicações tardias de Drummond e retorna em novo projeto, com posfácio de Eliane Robert Moraes. Meu corpo não é meu corpo, / é ilusão de outro ser.Nos versos de abertura deste livro, publicado em 1984, Drummond se propõe um rompimento radical: o desejo de afastar-se do invólucro de si mesmo, um corpo que lhe apaga a lembrança da mente, que o ataca, fere e condena, inventando a dor para, entre outros ardis, torná-la interna, / integrante do meu Id. Desse corpo já velho e privado, seu carcereiro, Drummond parte para outros, bem menos exclusivos. O corpo que se desnuda com prazer, tornando-se o último véu da alma. O corpo feminino, ou a representação pictórica dele, percebido não apenas como linha, curva e volume, mas também como signo e melodia. Os corpos em repouso e os ausentes, os mortos que andam e que,[...]