Em seu primeiro livro, Zélia Duncan se aventura por um texto melódico em que nos fala de voz e silêncio, prazeres e espantos, inspirações e paixões, descobertas e criações, palco e plateia, ritmos, passos e compassos. Não é uma biografia explícita ou mesmo implícita, é uma conversa descontraída em que ela conjuga todos os verbos e vozes da sua trajetória pessoal e artística. Escritora de sensibilidade apurada, texto fluente e saboroso, Zélia brinca, se diverte e nos encanta com as palavras, extraindo delas todo seu potencial expressivo e poético, e faz isso com uma mão nas costas. Compôs aqui uma trilha de memórias e nostalgias felizes, em que a música, sua grande musa, reina soberana: inspirando e transformando, bagunçando certezas, abrindo espaço para novas percepções. Benditas coisas que eu não sei é franco e revigorante como um bate-papo com um amigo, acolhedor e cativante como as melhores canções.