Ao leitor, deixo agora que percorra essas páginas. Deixe-se cativar pela cidade, por sua cidade, como no emblemático passeio de bonde de Alfredo em Belém do Grão-Pará. Acompanhe a desilusão de Carlos, o protagonista de Um Dia Qualquer. Atravesse a cidade entre as ruínas deixadas em Altar em Chamaes, e se comova com o mendigo-aedo, que nos conclama à preservação do que está prestes a sucumbir ao progresso, no curta-metragem Ver-o-peso. Enfim, que não tema se deslocar por entre a cidade dilacerada, corroída, corrompida, como em Dias ou em Os éguas, mesmo que, ao fim desse percurso, não lhe seja anunciada nenhuma esperança, nenhuma salvação.