Falar de subjetivação e de pessoa colocará Jean-Paul Sartre como um dos filósofos franceses contemporâneos que problematizou o estudo do Homem frente à psicologia, à psicanálise clássica e ao marxismo desde A Imaginação (1936) até O Idiota da Família (1971-1972). Com este trabalho, revelar-se-á, pouco a pouco, aos olhos do leitor, a ampla trajetória de Sartre (bem como os principais problemas filosóficos de sua época até nossos dias) voltada para a sua proposta humanista, em que viver é lutar contra todo e qualquer processo de desumanização: não há saída, é preciso a todo instante recair na lama do real e, ao mesmo tempo, resgatar o homem como a medida de todas as coisas. Pode-se considerar este livro como um importante estímulo aos pesquisadores da filosofia e àqueles interessados pela reflexão moral inerente ao processo da produção da subjetividade e da produção de formas de subjetivação e isso pelo pensamento deste filósofo francês, cada vez mais estudado no Brasil. Longe de ser uma obra infensa às críticas, o que se desejou mostrar aqui foi o enriquecimento que Sartre pôde oferecer ao debate sobre temas da Moral, da Psicanálise, da Psicologia, da História, da Antropologia e do complexo fenômeno ser-no-meio-do-mundo-entre-outros. Neste sentido, o livro se coloca como um importante recurso à pesquisa para o estudante das Ciências Humanas que se interessa por filosofia. Mais especificamente, ele permitirá ao leitor e pesquisador verificar a maneira pela qual o existencialismo sartriano culminará em O Idiota da Família, isto é, no apogeu do método psicanalítico e marxista de Sartre enquanto um percurso investigativo que desvelará a sua magnífica coesão filosófica.