No atual período histórico, o urbano é um locus privilegiado para a aplicação dos excedentes que objetivam a acumulação ampliada do capital, e desse modo ampliam-se as contradições e conflitos presentes na vida cotidiana. Trata-se do sucesso do modo de produção capitalista, que produz ao mesmo tempo a precariedade de vida, de trabalho e de moradia. Quando estamos a favor da vida, da equidade, dos direitos – conquistados em lutas históricas e não por dádiva de outrem -, ao nos colocarmos a favor da justiça (mesmo que dentro dos limites das normas capitalistas), temos que tentar entender a complexidade das contradições e conflitos na produção e reprodução do espaço urbano para nele poder estabelecer uma ação política que não negue a diversidade, a complexidade, as contradições e conflitos. É indispensável, para entendermos a complexidade do espaço urbano, avaliar se utilizamos instrumentais analíticos que nos permitem compreender e atuar na medida em que, cada vez mais, as contradições, os conflitos e confrontos são encobertos pela espessa cortina de fumaça da modernização, do progresso, do desenvolvimento, da cidade sustentável entre outras tantas formas de justificar a intervenção avassaladora do capital no espaço urbano. Profª. Drª. Arlete Moysés Rodrigues