Um viajante-explorador rouba, para estudos científicos, a razão de ser de uma comunidade rural: um peixe cantor e contador de histórias. Mas, longe de casa, depois de raptado, o peixe não consegue balbuciar uma palavra, motivo pelo qual é jogado num córrego, recuperando suas aptidões apenas quando retoma seu lugar e sua função na aldeia. As práticas culturais, bem como os diferentes valores e crenças que organizam a vida de um grupo são tratados neste livro com a beleza dos mitos e a força das imagens literárias e visuais. Os mitos que fundam uma pequena comunidade e lhe asseguram a coesão entram em choque com a racionalidade científica de um estrangeiro - e por ela são ameaçados. É do confronto entre estas duas culturas, a da aldeia e a do viajante, que se tece uma narrativa sobre etnocentrismo e diversidade. A história revela que é da aceitação da diferença e da pluralidade que pode nascer uma vida em harmonia.