O livro ganhou adaptações para teatro e cinema, com Lilia Cabral como protagonista, e se tornou um grande sucesso de público e crítica. Brincando, brincando, o que Martha mais faz é poesia de amor. Tem mais ainda é absolutamente compreensível, sobretudo pra quem compreende.Millôr Fernandes Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia. Mercedes é uma mulher com mais de 40 anos, casada, mãe de três filhos, professora e artista plástica nas horas vagas, que recorre à ajuda de um psicanalista num momento crucial de sua vida: apesar de ter cumprido muito bem o papel que a sociedade esperava que desempenhasse, ela sente um vazio inexplicável. Deitada em um divã, vai em busca de emoções e desejos até então adormecidos. Relembra passagens importantes de sua história, como a perda precoce da mãe, as paixões que não deram certo, a opção pela carreira e o nascimento dos filhos. Com boas doses de autocrítica e uma enorme vontade de viver, Mercedes questiona as escolhas que fez e tenta planejar um futuro livre das convenções que sempre a sufocaram. No entanto, seu grande desafio é aprender a lidar com a liberdade. Em Divã, Martha Medeiros cria, com extrema delicadeza e humor, uma mulher de vários matizes, que precisa se confrontar com todas as suas versões para aproveitar a liberdade que só a maturidade proporciona.