hakim bey, em seu livro ''caos, terrorismo poético e outros crimes exemplares, dedica um capítulo às crianças, intitulado ''crianças selvagens... desse capítulo retiramos o trecho a seguir, que descreve bem os personagens pitorescos de nessa data querida: as crianças, denunciadas por seus próprios sentidos purificados, pela brilhante feitiçaria de um prazer belo, espelham algo de fatal e obsceno na própria natureza da realidade: anarquistas ontológicos naturais, anjos do caos – seus gestos e cheiros emanam para seu entorno uma selva de presença, uma floresta de presságios repleta de cobras, armas ninja, tartarugas, xamanismo futurístico, confusão incrível, urina, fantasmas, luz do sol, ejaculações, ninhos e ovos de pássaros – agressão cheia de alegria contra os crescentes gemidos daquelas regiões inferiores incapazes de englobar tanto epifanias destruidoras quanto a criação, como farsa frágil, mas afiadas o bastante para contar o luar.