A personagem Herondina desencarna no Maranhão, transformando-se em espírito e, nessa passagem para outra dimensão, esquece quem fora anteriormente. Depois de longo tempo desperta confusa e atordoada com a nova realidade, mas percebe que não tem mais um corpo. Vaga em busca de informações que lhe tragam conhecimentos da nova realidade onde se encontra e do desconhecido mundo espiritual. Chega ao Pará e se aproxima dos tambores de Mina, onde inicia seu aprendizado evolutivo na espiritualidade. Em seguida conhece o Candomblé da Bahia, onde se torna uma Padilha, entidade que serve aos Orixás, destacando-se como incansável trabalhadora que ajuda a quem dela precisa. Na Bahia, é assentada por um Babalorixá e trabalha arduamente junto ao médium, aumentando seu campo de ação e atuação, adquirindo, dessa forma, o respeito de toda aquela comunidade de adeptos. Gradativamente passa de espírito inculto a grande conselheira. O sofrimento e a necessidade fizeram aflorar-lhe os conhecimentos empíricos registrados em vidas anteriores e ela passou a usá-lo em prol de todo um trabalho junto à comunidade, auxiliando a todos com sabedoria popular, conselhos e ajuda espiritual. Aprende o segredo do oráculo dos búzios, muito usado nas consultas das religiões afro-brasileiras, como forma de comunicação com os Orixás, cuja interpretação orienta em direção da solução de problemas humanos. A trajetória de Herondina é a clara demonstração de evolução espiritual por meio dos cultos afro-brasileiros, evidenciando que a espiritualidade sempre oportuniza um caminho para o crescimento espiritual, de acordo com as possibilidades e necessidades de cada espírito.