Quanda a Justiça da Pensilvânia condenou Mumia Abu-Jamal à morte, achou que tinha resolvido um problema. Porém, lá do chamado Corredor da Morte, a voz deste jornalista ganhou maior volume. Mumia tornou-se o repórter transmitindo direto do inferno os abusos cometidos pela polícia e o judiciário. Apesar da escandalosa injustiça que foi seu julgamento , Mumia não usa este livro para fazer apenas a sua própria defesa. Ele parte da idéia que a defesa de uma pessoa tem de ser a defesa de todas as pessoas, mostrando a realidade dos guetos norte-americanos e daquele local onde a justiça institucionalizada perde seu pudor - as prisões. É um livro emocionante que, para os brasileiros, chega a mostrar uma certa ironia - saber que na ''maior democracia do planeta'' a Justiça pode ser tão parecida com a brasileira para julgar um homem negro, pobre e militante de oposição.