Ilustrado com fotos do diretor Jayme Monjardim, o lançamento da Editora Globo é um retrato histórico real de uma das batalhas mais importante do país, que durou dez anos: a revolução Farroupilha. O livro. A superprodução para TV que está emocionando os brasileiros é um panorama de A revolução Farroupilha através da minissérie A Casa das Sete Mulheres, título que chega às livrarias este mês. O livro aborda o cenário político-econômico brasileiro do início do século 19, traz a história do maior movimento revolucionário do país e curiosidades e costumes da época. Para ilustrar o conflito que durou dez anos (1835-1845), o lançamento contém fotos do diretor Jayme Monjardim, além de poemas produzidos para a minissérie. Com pesquisa e texto da jornalista Valentina Nunes, A revolução Farroupilha através da minissérie A Casa das Sete Mulheres resgata, de forma leve e de agradável leitura, a história da única manifestação do Brasil independente que não foi dizimada pelo Exército Imperial. No Nordeste, os movimentos Sabinada (BA)e Balaiada (MA), por exemplo, não tiveram o mesmo sucesso. Liderada pela elite os estancieiros escravocratas e produtores de charque, a revolução ganhou o nome de farrapos numa estratégia de apelo popular. Foi um passo importante na história dos gaúchos e na criação de seu mito, explica Valentina. Antes, o povo era marginalizado. Vivia da economia do gado solto e era autônomo. Com o conflito, esses gaúchos soltos, como eram conhecidos, foram trabalhar para os ricos estancieiros, surgindo assim a figura do bom gaúcho (o homem forte e ousado, que defende com afinco os interesses da região). O papel dos estrangeiros tem destaque no livro, que também inclui mudanças que aconteciam no mundo, como a independência de alguns países sul-americanos e a luta pela unificação da Itália. Giuseppe Garibaldi (papel de Thiago Lacerda) é a síntese do cenário político mundial, afirma Valentina. O italiano é um idealista e revolucionário influenciado pelo compatriota Giuseppe Mazzini, mentor do movimento patriótico Jovem Itália, que pregava liberdade, igualdade e humanidade. A mulher gaúcha também teve sua importância. Além de ficarem esperando seus maridos durante dez anos, cuidando dos filhos, bordando e fazendo quitutes, essas mulheres foram os pilares da estrutura social, administrando e defendendo as estâncias na ausência dos homens, que estavam na guerra, conta Valentina. É através da figura feminina que a jornalista apresenta os costumes e comportamento da sociedade do Rio Grande do Sul do século 19, como os casamentos arranjados. É uma maneira agradável de aprender a história do Brasil, declara Sandra Espilotro, gerente de publicações da Editora Globo. Além de conhecer a formação do mito do gaúcho, o livro aborda aspectos importantes da cultura da época e contextualiza o cenário político brasileiro detalhando o imposto do charque - estopim da revolução Farroupilha. Após anos de luta, a república rio-grandense fracassa. Apesar da derrota dos gaúchos, A revolução Farroupilha através da minissérie A Casa das Sete Mulheres mostra o mérito dessa manifestação que contribuiu, através de suas idéias, para dois momentos importantes da história brasileira: a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República.