Não é de hoje que se discute o significado filosófico dos filmes e não são poucas as teses e dissertações que usam o cinema para ilustrar as idéias desse ou daquele pensador. Julio Cabrera, no entanto, vai além da simples comparação entre cinema e filosofia, e mostra que os filmes, muito mais do que servirem como bons exemplos de concepções filosóficas, problematizam o pensamento tradicional de modo radical. Composto por um ensaio inicial onde o autor expõe seu método de análise e 14 exercícios, "O cinema pensa" aborda a filosofia contida nos filmes de Spielberg, Buñuel, Capra, Tarantino, Antonioni e muitos outros. Com clareza, Cabrera contrapõe o pensamento desses cineastas a teses defendidas por pensadores como Platão, Aristóteles, Kant, Marx, Locke, Heidegger e Wittgenstein, evidenciando a existência de um profundo diálogo entre diretores e filósofos.