O livro Farroupilha é parte de Rastros, Traços e Vestígios, um projeto de longo prazo de André Penteado. Nele o artista propõe uma reflexão sobre a formação da subjetividade brasileira através de uma investigação fotográfica de fatos da nossa história, que ocorreram anteriormente a invenção da fotografia ou a chegada dela no local onde se deram. São eventos que não possuem iconografia fotográfica de época. Sua concepção partiu da ideia de que há um paralelo possível entre o trabalho do fotógrafo e o do historiador: se tanto a fotografia quanto a historiografia partem da realidade, é possível dizer que ambas são resultado de decisões ideológicas daqueles que as realizam. Sendo assim, a fotografia do presente pode ser um instrumento pertinente para reflexão sobre o processo de criação de narrativas históricas e para a investigação do passado. Rastros, Traços e Vestígios não objetiva ser um projeto documental, mas sim propor a discussão de questões como: o que é um documento? Como certas narrativas históricas são perpetuadas? Como o passado ainda ecoa no presente?