"Uma poética de romance", de Autran Dourado, cumpre uma missão rara e difícil: a de escrever sobre o ato de escrever, mas de maneira particular, que revele os segredos, os truques, a invenção e as aflições do fazer poético. Essa tarefa, o autor considera fundamental, não apenas como contraponto ao trabalho acadêmico dos críticos, mas especialmente, para a formação dos jovens escritores brasileiros. O fazer poético - que ganha muito mais força se narrado pelo próprio autor - é escasso entre os escritores nacionais. Os "bastidores" dos romances de Autran Dourado demonstram, já em sua narrativa, quanto a exposição sobre o fazer literário é imortante para a formação do escritor e da própria literatura.