Para a geração nascida entre as décadas de 40 e 50 e que, portanto, padeceu, de diferentes maneiras, as arbitrariedades e violências da ditadura militar, Tirando o Capuz tornou-se uma referência: é a primeira obra escrita por um ex-preso político que descreve, em toda a sua crueza e crueldade, os horrores da tortura. E vai mais além, sendo seu autor jornalista de corpo e alma, revela os agentes, os métodos, os objetivos e as modalidades dessa prática que erige a banalidade do mal; nas palavras de Hannah Arendt, em política de Estado. Esta quinta edição se justifica por si mesma. Revista pelo autor e ampliada com dois episódios do presente que arrematam histórias nebulosas do passado, esta edição confirma as palavras escritas há mais de dois anos por tão qualificados intelectuais e jornalistas. E reafirma a vocação de Tirando o Capuz como um livro definitivo, desses que não perdem substância nem sabor com o passar do tempo porque são o retrato de seu tempo.