Paulo Freire trata de temas que vão da alfabetização à reforma agrária em livro indispensável para compreender os obstáculos impostos à verdadeira justiça social. Para Paulo Freire, estudar não pode ser sinônimo de uma repetição mecanizada de conteúdo. Seu método, em que alfabetizar é formar cidadãos, tem como norte sempre a ação concreta, a tomada de consciência, por parte da classe oprimida, de sua verdadeira condição. Em Ação cultural para a liberdade e outros escritos, compilação de textos redigidos entre 1968 e 1974, Freire mostra por que, num período tão mecanicista, a verdadeira pedagogia é aquela que olha a todo momento para a expressividade do aluno, para o exercício de sua compreensão crítica da sociedade, e não para a sua acomodação. Afinal, diz ele, que pode um trabalhador camponês ou um trabalhador urbano retirar de positivo para seu quefazer no mundo [...] através de um trabalho de alfabetização em que se lhes diz, adocicadamente que a asa é da ave ou que Eva viu a uva?