A casa como corpo em correspondência. Dissolvendo os cristais na semeadura do amanhã. Como quem possa dizer do abandono imenso / sobre o sorriso de um país que é só, que profundo é dentro / não pode ser raso. Caco (Casa Corpo) é um mar de colapsos e amplitudes, um interior que é também exterior: O corpo é. Copo. Que quebra. Quebrar-se é um desejo do corpo. Luando faz do seu livro um diário de aporte lúrido e urbano para habitar o mundo / respirar fundo / como se navega. Entre noções pessoais e coletivas, apresenta Carta aos Navegantes e Carta aos Pais, tecendo sempre em tom confessional sua práxis nas artes: há uma explosão dormindo já que existimos e se re-existo então (re-existe-se). Rememorando a verve de nomes como Alejandra Pizarnik e Ana Cristina César, Luando apresenta o contemporâneo em fissuras estruturais: a cidade come, a cidade despe, a cidade bebe, mas não engole, ela cospe. e se goza com isso, mesmo quando o amor se torna razão e solução: [...]