Em duas décadas de carreira, o artista plástico brasileiro Muti Randolph desenvolveu um trabalho de estilo e técnica únicos, que mistura luz e som, artes gráficas e arquitetura. Timespaces, lançamento da BEI Editora, apresenta os registros das instalações em três dimensões do designer carioca, cuja obra já foi resenhada na revista americana Frame e consta em publicações de referência como a coletânea Architecture Now, da editora Taschen. Ele é também um dos 500 artistas selecionados pelo projeto internacional Creator´s Project, e reconhecido como um dos maiores expoentes da arte inspirada e fundamentada em novas tecnologias. Muti Randolph é criador de espaços que revolucionaram o design de interiores brasileiro, como os clubes noturnos U-Turn (1996) e D-Edge (2oo3). Ele também assinou instalações em importantes eventos e locais de cultura pop, como o Festival Coachella (EUA), a SPFW e a Galeria Melissa em São Paulo, cuja filial em Londres será inaugurada em outubro. Para construir suas instalações, nas quais o espaço é determinado pela luz, e a luz é determinada pela música, Randolph desenvolveu um software generativo que controla suas ilustrações luminosas; estas reagem ao som e fazem o próprio espaço dançar. Ao criar cenários e projetos de arquitetura de interiores, realizo o sonho de entrar nas minhas ilustrações. É como uma imersão sensorial, afirma o designer. Timespaces celebra a importância das instalações de Randolph e traz para analisar a sua obra dois especialistas internacionais: Philip Jodidio, crítico de arquitetura da editora Taschen que assina o prefácio e a jornalista e consultora de design americana Shonquis Moreno responsável pelos textos. Timespaces chega às livrarias numa edição de luxo, que inclui uma capa 3D. O conceito de Randolph, embora completamente contemporâneo, remete ao tempo em que espaço, luz e som preenchiam grandes igrejas, transportando os fiéis. O envolvimento sensorial dos trabalhos dele é um apelo eloquente à arquitetura, artes visuais e música possam ser reunidas outra vez. O objetivo dessa fusão não é mais religioso, mas, como diz Randolph, ‘nós respiramos isso, até que um dia se torne a batida (do coração) que nos move.’ Trecho do prefácio de Timespaces, por Philip Jodidio