Filha do fogo 12 contos de amor e cura, de Elizandra Souza, oferta aos leitores uma incursão por histórias de força incomum, protagonizadas em sua maioria por vozes femininas negras, como a autora. Mulheres que manifestam os desafios, as decepções e as conquistas que permeiam o percurso daquelas que afrontam os códigos consolidados na sociedade atual. Uma sociedade ainda tão hierarquizada e que permanece se recusando a enxergar a viabilidade de modos de viver mais libertários, igualitários e humanos nas relações cotidianas. Não é à toa, portanto, que no prefácio a este livro a escritora Dinha (De Passagem Mas Não a Passeio) registra que a autora areja a literatura brasileira trazendo vestígios de memórias afetivas de uma população que só recentemente passou a figurar nas obras literárias como sujeitos completos. Afinal, narrar é um fenômeno transformador.