Religare! O primeiro soneto, que se chama Último soneto, impactará você leitor, mas avisará que o paradoxo deve ser amado. Assim inicia esse Livre das Sobras de Augusto de Almeida. E o que nos sobra? A Lua talvez, ou a poesia acústica e translúcida que brilha conforme o olhar Juliano de Augustus que somos? O clarear mais uma vez, em maio outra vez. Cada verso é um tiro que em nulo vota, que caminho sobra? A reta da cruz, o céu em linha reta, religare novamente. No cio a santidade capivaresca redescobrindo nas figuras mais marginalizadas a Curitiba cidade madrasta às vezes, assintomática as vezes, mas a alma azul tocará o céu, nos seus acrósticos, nos toques intrínsecos parnasianos, na poesia libertadora dos mendigos. Ainda há livros no lixo da tarde para servirmos à la carte, para rompermos com os muros altos sem fim, mesmo que de dentro da esperança nefasta, dizimar as desigualdades, afinal, as folhas livres tocarão o céu. E se a cada like eu me ligo, a cada livro eu me livro (...)