No Brasil, a educação escolar indígena, fruto de uma intervenção de cinco séculos, se caracteriza por encaminhamentos distintos nas relações entre o Estado brasileiro e os povos indígenas, construindo uma história na qual se podem reconhecer duas tendências: a de dominação, por meio da integração e homogeneização cultural, e a do pluralismo cultural. A Etnomatemática insere-se no contexto da formação de professores indígenas, privilegiando atitudes investigativas, reflexivas, tendo um caráter permanente e coletivo. Nesta perspectiva, as práticas educativas não devem se limitar às ações didático-pedagógicas em sala de aula, mas em processos reflexivos sobre a própria prática, desvendando a construção das desigualdades e diferenças presentes no interior das instituições escolares. Esta obra teve como objetivo desenvolver estratégias Etnomatemáticas (geração, organização e difusão do conhecimento) na formação inicial de professores indígenas de matemática, de maneira a contribuir com a manutenção e dinamização da cultura Guarani e Kaiowá. Concluímos que a Etnomatemática, como alternativa pedagógica, contribui para a formação inicial de professores indígenas de matemática, desenvolvendo estratégias de ensino, levando a promoção do respeito, da valorização, do fortalecimento da língua materna e das raízes culturais, pois em seus fundamentos temos uma educação transdisciplinar e transcultural.