"Assim como para a religião, a política, o pensamento filosófico e científico, também para a arte o Quinhentos é um século altamente dramático, cheio de contrastes: da transformação de todos os valores nascem as idéias sobre as quais se funda a estrutura cultural da Europa moderna". Com essas palavras Argan abre o primeiro capítulo - "O Quinhentos" - do terceiro volume dedicado à arte italiana. O século XV assistiu ao ápice das tensões religiosas na Europa. Todos os intentos do papado de se afirmar contra o protestantismo encontraram reflexos na arte. Os grandes nomes do momento são Michelangelo e Rafael; a partir deles, "e ao longo de todo o Setecentos, o problema de fundo da arte italiana será a escolha entre o ideal de Rafael e o ideal de Michelangelo: também na arte, como na religião, o primeiro ato que se deve cumprir é a escolha entre dois ideais que não se pode deixar de pôr em confronto". Leonardo da Vinci, Bramante, Ticiano, Giorgione, Sebastiano del Piombo, Correggio, Parmigianino e Dosso são alguns artistas estudados por Argan, com o objetivo de mostrar como em torno desses grandes mestres formaram-se verdadeiras "escolas" que passaram a ditar os rumos da arte italiana. Por seu turno, no campo da arquitetura, destacou-se a figura de Palladio, com seus projetos de vilas rurais aristocráticas. O segundo capítulo é dedicado ao Barroco, estilo nascido da Contra-Reforma e variavelmente analisado pela historiografia da arte, interpretado por Argan como relacionado à retórica, devido seu caráter mais persuasivo que representativo: "A arte barroca nada acrescenta ao conhecimento objetivo ou positivo da natureza e da história: para indagar a natureza existe agora uma ciência, para reconstruir e explicar os acontecimentos do passado há a historiografia. O artista interessa-se pela natureza e pela história só à medida que o pensamento da natureza e da história lhe permite ultrapassar os limites do real, de estender a experiência ao possível". Outra característica do Barroco foi a rápida circulação de seus ideais pela Europa, o que leva o Autor a incluir artistas não-italianos em sua análise, como Rubens, o maior artista flamengo do Seiscentos, Diego Velázquez, o maior pintor espanhol, e os franceses Nicolas Poussin e Claude Lorrain. O terceiro capítulo trata da arte do século XVIII que, para o autor, "é, em substância, a história da crítica ao sistema das artes instaurado pelo Barroco. O Setecentos é, efetivamente, o século da crítica; o pensamento iluminista, mais do que teorizante, é intrinsecamente crítico". O quarto capítulo trata da pintura, da arquitetura e da urbanística neoclássicas, caracterizadas pela consciência da impossibilidade da recuperação do ideal clássico. O quinto capítulo - "Do Romantismo ao Futurismo" - conclui o volume apresentando os desenvolvimentos da arte italiana até as duas primeiras décadas do século XX e discutindo as crises no campo artístico engendradas pelo processo de unificação nacional. Nesse volume há as seguintes leituras críticas: "Proêmio às vidas dos mais excelentes pintores, escultores e arquitetos", de Giorgio Vasari; "O conceito de Maneirismo", de Arnold Hauser; "Um quadro de Poussin", da obra Le vite de' Pittori, Scultori e Architetti Moderni, de Giovanni Pietro Bellori e "A Retórica e a Arte Barroca", do próprio Argan.