Tomando como referencial teórico a abordagem da complexidade de Edgar Morin, o autor aborda em "A Educação e o Sagrado" a dimensão terapêutica do educador, discutindo o tema da transdisciplinaridade. O autor propõe três pressupostos, os quais julga essenciais para o trabalho: - A Modernidade e o paradigma newtoniano-cartesiano geraram fragmentação e especialização excessivas, o que distância o homem de si e dos outros, perdendo o sentido do sagrado e voltando-se para uma educação competitiva e técnica; - O educador e a prática pedagógica especializaram-se ao extremo, tornando-se científicas e perdendo o sentido do diálogo, do encontro, da partilha; - A missão de cuidar, ensinar e compartilhar do educador, por sua característica, faz dele um terapeuta, possibilitando a interpretação da vida e do mundo. Dessa forma, além de considerar e discutir essas questões ao longo dos três primeiros capítulos, Laureano Guerreiro propõe no quarto capítulo o desenvolvimento de um educador que amplie sua formação para uma escuta terapêutica com a finalidade de cuidar não apenas da formação intelectual de seus alunos, mas que também possa trabalhar com eles o autoconhecimento, a autonomia e a cidadania. Para tanto, Laureano Guerreiro se inspira na antropologia dos antigos Terapeutas de Alexandria, resgatada pela pesquisa de Jean-Yves Leloup, mentor do Colégio Internacional dos Terapeutas.