Para estudar literatura de fato, praticamente não adiantam de nada as tradicionais análises das obras em relação aos movimentos, escolas e estilos de sua época, como se faz nos colégios e universidades brasileiras. Pelo menos é isso o que constatou Joel Rufino dos Santos, autor do lançamento Quem ama literatura não estuda literatura - Ensaios indisciplinados, ao longo dos cerca de vinte anos em que foi professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A aparente provocação reside apenas no título, já que, no livro, Rufino questiona o modo quase infrutífero como se estuda e leciona literatura no Brasil, apontando que seu estudo só terá a devida importância social no país quando estabelecer conexão com outras áreas do conhecimento, como antropologia, sociologia, psicologia, história, teoria da comunicação e até economia.