"... Em se tratando de Filosofia, assim entendo e concebo, você está sempre a repetir o que os outros já disseram. Quando muito, você acresce um ponto. E se você consegue acrescer um ponto ao que já foi feito (e isso, às vezes, ocorre), você é um homem feliz. Tal felicidade, entretanto, não deve ser óbice àquele ensinamento por demais conhecido de todos: ‘de uma coisa eu sei e esta eu sei que sei: é de que nada sei’. Pensando assim comigo mesmo, resolvi escrever algo sobre filosofia, mesmo repetindo mais do que criando. Afinal de contas, por que não repetir o belo, se o próprio São Tomás de Aquino, mesmo só produzindo o que era belo, também o fazia? Repetir, sim, porque mesmo dizendo com minhas próprias palavras e utilizando minha própria estilística, nada do que digo no livro é novo. Introdução ao Estudo da Filosofia termina por ser um livro didático. Coisa de professor, aquilo que sou. E com muito amor me dedico à profissão. Retrata, fielmente, aquilo que sou: um cultor da filosofia, não um filósofo, a menos que no sentido etimológico da palavra, isto é, amante da sabedoria. Nesse sentido, posso me incluir entre eles..."