O Brasil é um país rico em biodiversidade e extremamente carente de informações sobre essa diversidade, necessitando urgentemente de assumir com responsabilidade a preservação de espécies endêmicas, muitas delas consideradas medicinais com grande potencial no tratamento de enfermidades e geração de dividendos para a nação. Atualmente, a indústria mundial de fitoterápicos movimenta US$ 40 bilhões por ano e quase a totalidade dessa cifra permanece nos países industrializados, cuja biodiversidade é restrita. A análise desse assunto aponta grande contra-senso: o Brasil é o quinto consumidor mundial de medicamentos sintéticos e jamais desenvolveu qualquer um desses medicamentos. Isso significa que os produtos farmacêuticos comercializados nas farmácias, hospitais e laboratórios são importados e que a nossa megabiodiversidade tem servido muito mais aos interesses externos do que trazido avanço para as indústrias nacionais ou soluções para os numerosos problemas de ordem social. A única saída para mudar essa situação seria a intensificação de programas funcionais de formação de indivíduos com olhos de ver e com predisposição para utilizar, de forma sustentável, o grande patrimônio genético brasileiro. A Fitoterapia só será amplamente utilizada no Brasil com a estruturação de equipes multidisciplinares formadas por profissionais da área médica, farmacêutica, agronômica, econômica e política, que somem esforços para o desenvolvimento de um programa, em nível nacional, que vise à produção de medicamentos a partir de plantas, com objetivo de prevenir e combater enfermidades que assolam os brasileiros. Interessado em infundir a Fitoterapia como modalidade terapêutica imprescindível, que precisa definitivamente ser estabelecida no Brasil a partir de mudança real de mentalidade de alguns segmentos da nossa sociedade, Degmar Ferro, médico formado pela Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, cardiologista e intensivista, homeopata, acupunturista e professor de clínica fitoterápica no INBRAFITO (Instituto Brasileiro de Fitoterapia), lança essa obra que representa um trabalho de cunho científico relevante e criterioso, que corrobora efetivamente para a implantação definitiva da Fitoterapia no Brasil.