Neste Simão, além da imaginação juliovernesca da imortalidade e das travessuras, chama a atenção a 'carpintaria' teatral do enredo. É preciso - e prazeroso - festejá-lo também por isso. Já a escolha do nome é um achado. Depois, é um burbulhão: o Radamés, na sala, bisbilhotando, o fantasma, no bonde, assustando, o plano da machadização do texto, o criar uma história para explicar a história...Meu car, você fez obra-prima, quase no Pirandello de 'Cosi è se vi par'. Exatamente. No fim, deu-me uma tristeza verdadeira. Nada de elogio gratuito. Como é que um escritor dessa qualidade, tão imaginativo, no encadeamento da ação, retira-se para a Arthur Bernardes, 258, em vez de estar sendo reeditado, adacemizado, escolarizado, estudado? Hernâni Donato (da Academia Paulista de Letras)