"Durante anos viu aquele homem acocorado na esquina, paciente, com o braço estendido e a palma virada para o céu. Pensava que o sujeito era um pedinte, um mendigo. Até que um dia, distraído, olhando para o outro lado da rua, tropeçou no braço em riste do acocorado. Nervoso com a queda de sua rotina, gritou: Por que diabos mantém esse braço esticado? Que tanto pede nessa vida? Retomando sua posição de cócoras, o homem respondeu: Minha mão esticada não pede nada... ela segura... está fraca depois de tantos anos, mas, como pode, segura. Segura o quê? O que é que há anos não deixa cair? A sua atenção."