John Ruskin (1819-1900), foi um dos mais importantes intelectuais da era vitoriana. Principal teórico da preservação arquitetônica e ambiental da Inglaterra do século XIX e crítico perspicaz das transformações sociais trazidas ao país pela industrialização, a qual veementemente combateu. Excêntrico, vinculado ao romantismo, grande esteta, valorizava a sensibilidade subjetiva em contraponto à razão; contraditório — ao mesmo tempo aristocrático, reacionário e simpático ao socialismo. "Præterita", sua autobiografia, foi sua última obra e testamento literário. O livro, heterodoxo como gênero e de caráter "experimental", não segue os modelos de autobiografias então vigentes — geralmente apresentados em termos de confissão religiosa —, e poderia também ser considerado como narrativa de viagem, elegia, memória filial ou coleção de excertos de diários. Esta tradução contempla apenas o primeiro dos três volumes de "Præterita".