A medicina é constituída não só pelos impressionantes avanços da biologia, da bioquímica e da física - todas 'ciências duras' -, mas também pelos 'pontos de vista' de pessoas que desempenham os papéis de doentes, médicos, parentes de doentes, observadores. Essa estrutura social essencial é um diálogo perma­nente e é construída na linguagem e matéria do fundamento social da medicina. Do ponto de vista que acentua elementos bioéticos - a nova forma adotada pelas 'humanidades médicas' - e movendo-se entre confissão pessoal, simples exposição e provocação, este livro apresenta um conjunto muito bem articulado de perspectivas sobre saúde e doença. O texto está organizado por temas clássicos - a diferença entre 'curar', 'sarar' e 'cuidar'; as relações entre o corporal e o espiritual; a diferença entre 'dano', 'in­capacidade' e 'deficiência'; as significações de 'sentir-se doente', 'ter uma doen­ça' ou 'ser considerado doente'; e a relevância da pesquisa para a prática e o compromisso ético de uma instituição social importante para as pessoas.