Perguntamo-nos sobre o relançamento do livro de Suely Rolnik: o que nele insiste em durar, relançando-o em dias outros que não aqueles de sua criação? Estamos, sem dúvida, diante de um livro-tempo, desdobrado de si mesmo, proliferado pelas escavações dos leitores e dos silêncios que ainda guarda. Suely Rolnik pertence à tribo dos extemporâneos e intempestivos. Seu trabalho de pensamento e escrita segue a imagem dos estilhaços bifurcantes de uma granada sempre recém-lançada na direção de nosso desalojamento. Sua escrita nos transporta sempre para algo por vir e, como máquina de afectos, opera tanto como sismógrafo quanto terremoto.