"Ficção autobiográfica" que reconstitui a educação afetiva de um menino. O narrador relembra momentos cruciais da infância e da juventude - divididas entre França e Brasil - em que colégio, família, a Segunda Guerra, arte e sexualidade aparecem comoA narrativa de Jean-Claude Bernardet concentra-se nos momentos decisivos da infância e da juventude de um rapaz. O protagonista examina e reconstrói a própria história num jogo de confissões e silêncios, oscilando entre se entregar e se preservar. Narrada em primeira pessoa, a história evolui com simplicidade, como se o narrador se pusesse a relembrar a infância e a juventude de um só fôlego, deixando a memória aflorar livremente. Aos poucos, as artimanhas do texto - como a ironia sutil e as imagens poderosas - ganham evidência. O texto procura rever os lances principais da educação afetiva do menino que, desde cedo, debatia-se contra condutas familiares e normas sociais. Ao final, as ressonâncias da identidade do rapaz, resultam numa "ficção autobiográfica" libertadora e vigorosa.