Esta edição reúne Os bruzundangas e Numa e a ninfa, duas obras de Lima Barreto (1881-1922) que ironizam a vida política do Brasil da República Velha. Esses textos foram publicados em folhetins no início do século XX e, como o leitor poderá ver, mostram-se bastante atuais passados 100 anos. A organização e o posfácio são de Beatriz Resende, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), crítica literária e especialista em Lima Barreto. Nos dicionários, “bruzundanga” significa algaravia, barafunda, coisa de pouca serventia, ninharia. É com essa confusão que Lima Barreto nomeia um país fictício, a República dos Estados Unidos da Bruzundanga, cujas crônicas publicou de janeiro a maio de 1917 no semanário A.B.C., depois reuniu em livro, lançado apenas em 1923, após sua morte. Bruzundanga é “uma grande bagunça que, no entanto, se dá ares de importante, povoada por doutores, políticos e literatos”, como descreve Beatriz Resende no posfácio.