"Os séculos XVIII e XIX foram marcados, na filosofia, no direito e na teologia pela questão da igualdade. Norte-americanos e franceses anunciaram a igualdadede todos os homens e os responsabilizaram pelo dever de respeito aos semelhantes. Desde o começo os filósofos perceberam a exclusão dos não-iguais: mulheres, escravos e ... animais. Por duzentos anos, a filosofia moral dominante escamoteou seu próprio mal-estar frente ao desafio da igualdade. Vozes dissidentes exigiam que o princípio contemplasse todos os seres capazes de sofrer. Não foram ouvidas até o final do século XX. Há três décadas, no entanto, a Europa acorda para a necessidade política e jurídica de redefinir o status moral dos animais. No Brasil, faculdades de Direito e de Filosofia, fizeram vistas grossas e ouvidos moucos às teorias éticas defensoras dos animais. Ao revisar criticamente as teses da filosofia moral tradicional e o especismo que a caracteriza, este livro apresenta as teses de um dos maiores dos defensores dos animais, Peter Singer, e reconstitui filosoficamente a possibilidade de superação da descriminação contra humanos e animais.