Biossegurança nem sempre foi algo que os profissionais da fonoaudiologia se preocuparam em conhecer mais a fundo. Mais recentemente, por causa de uma das resoluções do Conselho Federal de Fonoaudiologia que regulamenta cursos de especialização, é que tomamos maior contato com este assunto. Esta disciplina tornou-se obrigatória nos cursos de especialização em fonoaudiologia a partir de 2002. Mediante este fato, alguns profissionais passaram a estudar o assunto e se preparar para ministrar aulas nos cursos de especialização. Após este primeiro momento, os fonoaudiólogos que tomaram conhecimento do tema, começaram a ter algumas preocupações em seus consultórios com o fator segurança dele mesmo e de seus pacientes. Vários aspectos, mesmo os mais simples, como ter uma pia dentro da sala de terapia para lavar as mãos, passaram a ser considerados como uma possibilidade. Sendo o assunto vasto e pouco conhecido no nosso meio, o comitê de Motricidade Orofacial de Campo Grande liderado pelas fonoaudiólogas Stella Bacha, Vanessa Gíglio, Cybele Ríspoli e Maria Lúcia Brasil iniciam um primoroso trabalho de descoberta e pesquisa sobre o assunto e suas aplicações dentro da fonoaudiologia. Começaram fazendo um seminário sobre o uso de materiais na Motricidade Orofacial e finalizam com um livro que é este, o qual eu tenho a honra de apresentar. Tratam neste livro dos procedimentos fonoaudiológicos e ambiente de trabalho, além dos riscos biológicos inerentes. Acrescentam as contribuições da odontologia quanto às medidas de biossegurança, abordam especificamente a biossegurança na Motricidade Orofacial e terminam com os aspectos sanitários da estrutura física dos estabelecimentos de saúde. Esta obra deverá ser obrigatória em todas as prateleiras de consultórios fonoaudiológicos ou de hospitais onde este profissional trabalhe. Será um guia para que o profissional saiba como proteger seu paciente e a si próprio, utilizando os materiais descartáveis ou não, de forma correta. A leitura deste material irá sanar desde dúvidas simples até a obtenção das portarias que regem o assunto. Com esta obra a Fonoaudiologia ganha muito, pois é fato que toda profissão da área da saúde, como a Medicina e a Odontologia, por exemplo, já tomam as medidas corretas de biossegurança. Parabenizo a iniciativa das organizadoras deste livro ao escreverem sobre um assunto praticamente inédito na Fonoaudiologia e da maior importância.