Brincante das palavras, Mario Pirata toma de um fôlego só para reinterpretar trovas/poemas populares em Um, dois, bolinho de arroz. Como um repentista, ele descarrilha pelos signos e inverte a lógica, tornando, muitas vezes, seus versos surreais. Noutras vezes, suas estrofes são puro ludismo na brincadeira do som e ritmo, trazendo ares de poesia tátil e saborosa, aguçando outros sentidos além do olhar: Em Um, dois, bolinho com arroz, Mario Pirata cria poemas divertidos, e que revelam trabalho intenso e incansável na busca do verso renovado, com inspiração na literatura oral. Além disso, a sua escritura trilha um caminho em que privilegia o neologismo, mais um fator que renova a literatura que o inspirou. Cláudio Martins abrilhantou os poemas com seu traço humorado e ingênuo, em uma diagramação que se alia à irreverência do poeta brincante.