Ao escolher Amando Fontes e seus textos literários como tema de pesquisa, Cleverton Barros de Lima fez uma opção ousada. Dupla ousadia: Aracaju, anos 1930, os percursos de retirantes de pequena propriedade rural para o engenho, depois para a cidade e o sistema fabril; mas também a particularidade de um romance social fincado na força das raízes telúricas de pessoas levadas pela natureza hostil do sertão a esses sucessivos deslocamentos até se verem no espaço urbano, um ambiente desconhecido, a cidade que abriga a capital sergipana. Nas palavras de Cleverton, trata-se de espaços simbólicos sertão, engenho, cidade , sequência vivida por várias gerações marcadas pela seca e pela fome, pelo labor estafante no engenho, pelas longas jornadas de trabalho fabril. Pessoas marcadas pelos costumes tradicionais: as moças como presas fáceis que, atraídas pela sensação de liberdade, enveredam pelos descaminhos da vida urbana e submergem na degradação, na prostituição, doença e morte.