Anos atrás, ainda no começo do meu interesse quanto ao transtorno de personalidade borderline, fiquei chocada ao ouvir de um profissional de saúde considerado o melhor sobre o assunto, me dizer, com muita tristeza na voz e no olhar, que: o borderline não tem cura e que ele se sentia impotente pois não conseguia diminuir o sofrimento de seus pacientes. Foi neste instante que me rebelei. Como profissional de saúde também, psicanalista, me recuso a não acreditar na cura do meu paciente a partir do momento que esse aceite, junto comigo, a enfrentar seus demônios. Acreditei e consegui, ao longo dos anos, desenvolver e aprimorar um método que, por enquanto, denominei costura pois consiste em costurar uma identidade na outra até o encontro final com a criança do paciente ou até a idade na qual se deu sua ruptura.