É esse duplo movimento de negação ao niilismo e, ao mesmo tempo, reconhecimento que não se pode continuar acreditando nos mitos bíblicos e neoplatônicos que fundaram, alimentaram e ainda alimentam a Pedagogia - como é o caso do representacionismo, do realismo e do fundacionismo, que fazem deste livro uma arma para nossas lutas contracondutuais. Aqui vale uma observação pessoal: sempre me espanto com aqueles que, sem mais nem menos, colocam o essencialismo como antitético do niilismo... É como se a falta de uma essência e a negativa a uma fundamentação última nos levassem necessariamente à não existência, ao nada, ao aniquilamento e à impossibilidade da própria vida. Este livro está muito longe de cair nesse tipo de binarismo grosseiro. Também por isso, vejo nele uma contribuição relevante e necessária à nossa bibliografia educacional. Sendo assim, faço votos de que todas as pessoas que se envolveram em sua produção não parem por aqui. Recorrendo às palavras das organizadoras, faço votos de que continuem, paradoxal e coletivamente, a criar efeitos sem causa.