Cartas de Beirute é uma coletânea de seis ensaios, que podem ser lidos juntos ou separadamente, na sequência proposta nesta publicação ou na ordem desejada pelo leitor. Apesar de comporem um conjunto, cada artigo se se presta à leitura independente. Em um misto de relato pessoal e comentário social, a autora fala sobre autismo - mas não só sobre isso. As reflexões de Cartas de Beirute são de fácil tradução para as experiências de diferentes leitores. Este é um livro sobre diferença, sobre identidade. Sobre luto como estrada para a aceitação. Sobre maternidade. Sobre machismo e sua interseção com capacitismo. Sobre a falácia de que alguns caminhos são escolhas das mulheres. Sobre a construção do Outro. E sobre a desconstrução de conceitos que roubam nossa humanidade e roubam a Humanidade da riqueza das diferenças. Supor que livros produzidos por e sobre uma determinada minoria só dizem respeito a este segmento específico é ignorar o que há de universal em qualquer experiência humana. Perceber que há universalidade em nossas especificidades talvez seja o primeiro passo para o respeito às diferenças. Mas, para perceber, é preciso conhecer - e se dar a conhecer. É preciso romper as barreiras da invisibilidade, do silêncio e da indiferença. É este o exercício que Cartas de Beirute propõe ao leitor.