Em “Portas abertas”, um homem é acusado de um crime envolvendo três vítimas. Uma delas é uma figura das mais representativas da cidade. As outras foram, em ordem cronológica, a mulher do assassino e o homem que veio a ocupar o lugar na repartição que era dele antes de ser despedido. As autoridades fazem questão da pena de morte e o processo é encaminhado a um juiz que representa o oposto do estabelecido – ele se opõe obstinadamente à pena de morte porque, a seu ver, essa não é a vontade da Lei. Retratando o clima de medo travestido de confiança e segurança, imposto pelo fascismo à cidade de Palermo na década de trinta, Leonardo Sciascia coloca, mais uma vez em xeque, a falibilidade humana e as leis.